sexta-feira, 20 de maio de 2011

...

De minha boca não mais serão proferidas belas palavras, não aquelas sentidas com efusão. Em meus textos não expressarei mais a esperança, sonho e ilusão. Não comentarei os males do mundo, seus encantos ou vicissitudes. Sobre meus amores nada direi, nem mesmo de ti falarei. . Da vida, todas as palavras espero, e a todas elas retribuirei. Do pensar ou sentir defenderei, como quem a si mesmo defende. Por ti seguirei…

(Mónica Monteiro)

quarta-feira, 18 de maio de 2011

01/05/11

Perdido entre palavras não ditas, nessas mesmas, mudas, caladas. Palavras que não ecoam a dor que reside, transcritas apenas em breve e profundo olhar…o olhar de quem desesperadamente luta pelo intuito de preencher de som palavras ocas e desprovidas de nada. Não um som banal, não um ruído sem sentido…uma melodia, quiçá canção de embalar, mesmo sabendo não existir cinética capaz de traduzir o som de tanta palavra abafada ou tradução para uma dor que nem pelo tempo acalentada…

28/06/2004

Tempestade no mar provocada por sertão, sertão imensamente verdejante que por ele se escondem demasiadas verdades. Verdades por muito caladas, vagueando apenas entre brisas silenciosas, quase imperceptíveis pra quem nada sabe da arte de escutar o sentir. Mas há verdades que não calam, não a quem se deve o direito de as ouvir, a quem possui a soberba sabedoria do verbo saber sentir, não apenas proferidas ou até mesmo traduzidas, em frases floreadas, apenas e somente lidas com um profundo olhar, esse olhar que consegue ler, bem lá, nos mais recônditos e profundos sítios de um mar em alvoroço, incomodado pelo sertão que tantas verdades não consegue mais esconder…

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Entre nós
 .
De ti para mim…
Lembro o dia em que te conheci, enamorado,
Recordo momentos entre amigos bem passados,
Imagino como seria,
Se teu coração sentisse enfim, apaixonado.
 .
De mim para ti…
Lembro esse mesmo dia, encantado,
Recordo também momentos de alegria,
Imagino como seria,
Se meu coração em ti permaneceria, acalentado.
 .
De ti para mim…
Por entre brumas te almejo,
Em quimeras te realizo,
Numa utopia nos revejo,
Dois corações em rodopio, prevejo.
 .
De mim para ti…
Por entre brumas sertanejo,
Em quimeras idealizo,
Numa utopia revejo,
Dois corações em rodopio de desejo…
Mónica Monteiro

domingo, 17 de abril de 2011

Linhas há muito escritas






Linhas há muito escritas





Estas linhas que hoje escrevo, essas mesmas há muito já escritas,

Por elas já percorreram diversas canetas…

As do poeta que seus versos ensaiam,

Do professor que a alunos ensina,

De profetas na vã tentativa,

Até mesmo pela mão da garota rabina,

Estas linhas preenchidas de veras facetas.



Linhas que escrevo sobre tua amizade,

Quantas não preencheis tu?

Enquanto entoo a minha solidão,

Escreves tu de equação ou destino.

Rabisco um poema de perdedor,

Respondem com cânticos de tamanha soberania.

Retalio eu com mais umas linhas,

Hoje as preencho eu com amor, mesmo que já as tenhas escritas!



Mónica Monteiro

sábado, 16 de abril de 2011

O poder da indecisão

O poder da indecisão



Quero agora, mas agorinha mesmo não

Vem para junto de mim, mas não venhas por ora

Dá-me a tua mão, mas não me dês a mão

Diz que me amas, mas não o digas nesta aurora

Peço-te para ficares, mas não fiques comigo então

Pergunta que eu respondo, mas não me peças para responder agora

Ligo para falar contigo, mas não atendas tamanha imprecisão

Vamos ver hoje o por do sol, mas juntos só outrora

Procura por mim, mas não me encontres com esta indecisão

Cria em ti o desejo, mas por mim manda o desejo embora

Amo-te, mas amar está fora de questão.



Mónica Monteiro

Queimando nos Céus

Queimando nos céus



Uso as cicatrizes para fazer subir o sangue dos inocentes queimando nos céus.

Nado em fundo de pontes que queimei,

Preencho minha taça com água do mar, deitando-a fora num oceano de tormenta.

Portanto, não te desculpes, eu estou a perder o que não te dei.

Ambos sustemos a respiração quando as ondas se começam a formar, mas tu perdeste-me por entre rombos de tempestade que atormenta.

No fim fomos feitos para estar separados, como duas almas inconstantes, peregrinas, corações em surdina.

Está nestes ossos enegrecidos cravadas as pontes que queimei, portanto não te desculpes, eu estou a perder o que não mereço ou o que não te dei.

A culpa é apenas minha…

 Dos caminhos que desperdicei  e das almas que no céu queimei.



De: Filipe Carvalho

domingo, 10 de abril de 2011

Tu e só tu







Tu e só tu






Compartilhas minhas tristezas
Guardas meus segredos
Tratas de minhas feridas
Ajudas-me a seguir sem medos
Fazes parte de minha alegria
Amparas minhas quedas
Em insónias me fazes companhia
Do meu caminho desvias as pedras
Contigo posso eu sempre contar
Nos piores momentos me fazes sorrir
Nos melhores é só gargalhar
Na vida me fazes prosseguir
Entre olhares ternos te tornas meu cúmplice
Com um sorriso sabes me levar
Evitas que um sonho desvanece
Através de palavras duras me ajudas a prosperar
Tu e só tu me levas a ouvir
Entre memórias me levas a passear
Dos recantos da vida me obrigas a sair
Tu e só tu…me fazes realizar!

(Dedicado ao meu filho)
  Mónica Monteiro

Doce Tentação






Doce Tentação





Doce tentação de pecado
De tão suculenta
Se torna acto impensado
Nada mais que desvario de ementa
Adocicado por prazer sonhado
Que tão célere vira tormenta
Perpetuado apenas em rosto amargurado
União imperfeita que amor não acalenta
Doce este com travo penalizado
Tão enganoso que o bem aparenta
Ludibriando com sorriso aprimorado
Sem revelar sua verdadeira intenta
Ai, doce esta tentação de pecado
Através dela se inventa
Não se ser mal-amado!

Mónica Monteiro

Vida





Vida



Linhas se preenchem sobre a vida!
Dela nascem contos e lendas,
Sentimentos crescem em uma história vivida,
Acumulam-se desilusões e partidas,
Igualmente uma esperança perdida.

Quem és tu Vida?

Com todo esse esplendor me fazes comedida.
Ora me ofereces alegrias desfrutadas,
Ora tristeza acumulada.
Paixões inacabadas,
Promessa no tempo perdida.

Quem sou eu Vida?

Uma alma vagueando pelas estradas,
Um ser imperfeito no teu mundo perdida,
Um Eu em brumas de memórias esquecidas,
Contigo por vezes iludida,
Outras tantas com alegrias esperançadas…

É a vida!!! …..

Mónica Monteiro

Chuvas de esperança







Chuvas de esperança





Chove lá fora, contemplo as gotas no vidro rolarem
Húmidas, frias mas também puras e cristalinas
Observo as pessoas com seu chapéu aberto a caminharem
Maldizendo o dia, por entrelinhas
Carecendo de algo para culparem
De suas tristes sinas
Negando crerem
Que na vida são elas sua designas
Chuva que faz plantas germinarem
Gotas ladinas
Que a nós surpreendem
Com sua elegância de bailarinas
De um solarengo amanhã anunciarem
Sem réstias de más sinas…

Mónica Monteiro

Emoções do verbo sentir






Emoções do verbo sentir






Eu sinto, tu sentes, ele sente!
Saudade, estado de nostalgia por algo ou alguém que queremos rever…
Tristeza, melancolia instalada nas entranhas do nosso ser…
Alegria, emoção que contagia, propaga e no seu núcleo ansiamos permanecer…
Desagrado ,sentimento de descontentamento por algo que não queremos receber…
Euforia, estado de jubilo como quando uma festa dentro de nós mesmos decidimos fazer….
Medo, sentimento irracional que desesperadamente tentamos conter…
Surpresa, esse prazer inesperado que tanto esperamos viver…
Ódio, sentimento nefasto do qual me orgulho pouco saber…
Amor, o mais precioso dos sentimentos, que só quando partilhado tem razão de o ser…
Nós sentimos, vós sentis, eles sentem!

Mónica Monteiro

Cores de meu coração






Cores de meu coração




Meu coração não é só vermelho não.
Desengane-se quem algo equivocado pensar que o conhece,
Pois não o conhece não.
Meu coração tem todas as cores do arco-íris, uma para cada ocasião,
Verde vida, esperança e contemplação
Azul ilusão, a cor do céu, o infinito que nunca será ultrapassado
Tristeza cinza, como um céu nublado à espera dos melhores dias que virão
Lilás nostalgia, melancolia, pela saudade provocado de um momento já passado
Amarelo  alegria como o sol que com prazer o recebemos no dia-a-dia
Castanho morte, como o tronco de uma árvore que dele se faz um caixão
Branco luz, que ilumina a nossa fantasia
Vermelho Amor, esse sim é vermelho até mais não!
Só não estão à vista não!…

Por: Mónica Monteiro

AMBICIÓN

   AMBICIÓN







Mi pierdo
En tus brazos
En este gran lucidez
Dulce ángel de candor
En su afecto
Tus caricias
Mi pierdo en la barra de
El latido de mi corazón loco
En desenfrenada suspiros
Sumerja en tus
Sensuales labios
Preparar-se
Anhelado por el momiento
Un amor
No hay límite
Ligero cuerpo sensual
Me siento el falo
En un ritual
Preparar este esfuerzo
Y acto consumado espera
Ahora si lo desea
Ser dueño de su amante
Bañado por el rocío de la mañana.

TONY-MANEIRO

15/01/2011
20:14


 

Perdida

Contra-senso








Contra-senso




Como odeio odiar não saber
Que ódio é esse, sentimento imoral
Ódio que insurge com intenta do mal querer
Tão usual que chega a banal
Infausto coração que o receber
Nos palcos da vida actor principal
Enquanto espectadores aplaudimos sem nem perceber
Doravante vitimas do mesmo mal
Sem nem mesmo reconhecer
Sentimento lascivo, corrosivo, ódio sem aval
Como podem com ele conviver
Sem nem mesmo em pleno o conhecer?

Mónica Monteiro
7/4/11

Mentira inerente





Mentira inerente





Mentira subterfúgio consciente de quem a verdade não sente
Mentira que dói
Mentira que dilacera coração e mente
Mentira que tudo em seu torno destrói

Mentira cruel, inimiga de passado e presente
Mentira que alma corrói
Mentira que em futuro não cicatriza nem permanece ausente
Mentira que em verdade cói

Mentira enquanto recurso eminente
Mentira que nada reconstrói
Mentira que gera tormento em seu ente
Mentira que em mim dói

Mentira em vida omnipresente… tristemente!

Mónica Monteiro   8/4/11