sábado, 16 de abril de 2011

Queimando nos Céus

Queimando nos céus



Uso as cicatrizes para fazer subir o sangue dos inocentes queimando nos céus.

Nado em fundo de pontes que queimei,

Preencho minha taça com água do mar, deitando-a fora num oceano de tormenta.

Portanto, não te desculpes, eu estou a perder o que não te dei.

Ambos sustemos a respiração quando as ondas se começam a formar, mas tu perdeste-me por entre rombos de tempestade que atormenta.

No fim fomos feitos para estar separados, como duas almas inconstantes, peregrinas, corações em surdina.

Está nestes ossos enegrecidos cravadas as pontes que queimei, portanto não te desculpes, eu estou a perder o que não mereço ou o que não te dei.

A culpa é apenas minha…

 Dos caminhos que desperdicei  e das almas que no céu queimei.



De: Filipe Carvalho

1 comentário:

  1. Como é gratificante ver o gosto pela escrita se alastrar aos nossos entes mais queridos! Beijos doces e ternos

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